Adeus a Dorinha Duval: a eterna Cuca que marcou gerações e fez história na TV brasileira

Adeus a Dorinha Duval: a eterna Cuca que marcou gerações e fez história na TV brasileira

O Brasil se despede de uma das figuras mais marcantes da televisão e do teatro nacional. Dorinha Duval, atriz que eternizou a primeira versão da temida Cuca no clássico infantil Sítio do Picapau Amarelo, faleceu aos 96 anos, deixando um legado que atravessa gerações e permanece vivo na memória afetiva de milhões de brasileiros.

Mais do que uma atriz, Dorinha foi um símbolo de uma era em que a dramaturgia infantil ganhou força na televisão, encantando e educando crianças com personagens inspirados na obra imortal de Monteiro Lobato. Como a vilã Cuca, com sua icônica aparência de jacaré e uma voz marcante, Dorinha aterrorizou e fascinou ao mesmo tempo, ajudando a transformar o Sítio do Picapau Amarelo em um dos programas mais queridos e lembrados da TV.

Sua trajetória artística, porém, vai muito além desse papel emblemático. Ao longo de décadas, Dorinha construiu uma carreira sólida e respeitada, transitando entre o teatro, o cinema e a televisão com a mesma desenvoltura. Participou de importantes produções da dramaturgia brasileira, mostrando sua versatilidade em personagens dramáticos, cômicos e, principalmente, carregados de forte presença cênica.

Nascida no Rio de Janeiro, Dorinha começou a atuar ainda jovem, apaixonada pela arte de interpretar. Com talento nato, logo chamou a atenção de diretores e colegas, consolidando-se como uma das grandes damas do teatro nacional. Sua passagem pela televisão, especialmente na década de 1970, marcou o auge de sua popularidade, quando interpretou papéis que a eternizariam na cultura popular.

A Cuca interpretada por Dorinha não era apenas a vilã das histórias do Sítio: era um reflexo das dualidades humanas, misturando malícia e humor, medo e fascínio. Sua atuação ganhou destaque pela expressividade e pelo carisma que conseguia transmitir, mesmo sob pesadas fantasias e maquiagem, recursos que na época eram ainda mais desafiadores para os atores. Esse desempenho ajudou a sedimentar a imagem da Cuca como uma das personagens mais icônicas da literatura e da televisão brasileira.

O falecimento de Dorinha Duval representa o encerramento de um ciclo importante da história cultural do país. Com sua partida, o Brasil perde não apenas uma grande atriz, mas também uma guardiã de memórias afetivas que atravessam gerações. Crianças que cresceram assistindo ao Sítio do Picapau Amarelo guardam até hoje o misto de medo e fascínio pela Cuca, uma personagem que transcendeu a tela para se transformar em mito.

Nas redes sociais, fãs, artistas e admiradores lamentaram profundamente a perda, destacando a importância da atriz para a formação cultural do Brasil. Sua trajetória é lembrada como um exemplo de dedicação à arte e de compromisso com a criação de personagens marcantes e atemporais.

Dorinha Duval parte deixando um legado inestimável, que seguirá vivo nas reprises, nas lembranças e no imaginário popular. Seu nome permanece gravado entre os grandes da cena brasileira, como a eterna Cuca — aquela que ensinou que até os vilões podem conquistar um lugar especial no coração do público.

REVISTA TEEN