Danez Smith é a segunda presença confirmada na 18ª Flip

Danez Smith é a segunda presença confirmada na 18ª Flip

Voz radical da poesia contemporânea norte-americana, Danez Smith é a segunda presença confirmada na 18ª Flip

 

Poeta e performer, Danez Smith é a segunda presença confirmada na 18ª Flip, que acontece de 29 de julho a 2 de agosto, em Paraty. Voz radical da poesia contemporânea norte-americana, com livros debruçados sobre temas como raça, gênero e identidade, Smith se define como uma pessoa não-binária e prefere ser tratado por pronomes no plural  e sem demarcação de gênero, quando possível – como they (eles) em inglês e “elu”, neste release, em lugar de “ele” ou “el@” ou “elx”.

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Em 2017, com Não digam que estamos mortos, a ser publicado em maio no Brasil pela Bazar do Tempo, Smith foi finalista do National Book Award e ganhou o prêmio Forward de poesia, tornando-se o autor mais jovem a ser premiado – o uso de “autore” e “premiade” fica por conta de cada um. Lançado em meio ao movimento Black Lives Matter, o livro fala sobre o racismo e a violência institucionalizada nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que trata de temas pessoais, como seu diagnóstico de HIV positivo.

 

“A poesia de Smith reflete a intensidade de suas investigações sobre raça, gênero, linguagem”, diz o diretor artístico da Flip, o arquiteto Mauro Munhoz. “É como se a violência e o racismo estruturais que o ameaçam e a seus amigos na representação que faz da realidade ameaçassem também a sua poesia, obrigando-a a encontrar novas formas de sobrevivência.”

 

Para Fernanda Diamant, curadora da Flip, “Danez Smith tem um estilo inédito, um frescor na escrita. Como escreveu um crítico do New York Times, seus poemas produzem “novas vibrações impressionantes” na linguagem mas também na maneira de entender temas como racismo, homofobia, infância, amor, sexo e morte. Smith tem ainda o talento hipnótico ao falar seus poemas trançadamente líricos e políticos.”

 

Danez e sua obra

 

Danez Smith nasceu em St. Paul, no estado de Minnesota, nos Estados Unidos, em uma família devota da Igreja Batista. Apesar da dificuldade de se encaixar na congregação por sua identidade queer, Smith credita aos sermões de domingo seu interesse pela poesia e performance. “A primeira escrita que eu amei foi a dos sermões de domingo”, disse em entrevista recente ao jornal britânico The Guardian. Hoje, Smith é um dos principais nomes entre poetas de vanguarda afro-americanos que tem transitado entre performances em palcos e a publicação de livros.

 

Em 2014, Smith fez sua estreia em livro com [insert] boy, sem tradução no Brasil, e, três anos depois, conquistou atenção de um público maior com o premiado Não digam que estamos mortos. Nessa época, a performance de Smith lendo “dear white America”, um dos poemas em prosa do livro, viralizou na internet, rendendo comparações a “Howl”, clássico poema de Allen Ginsberg (1926-1997) que é uma espécie de condenação dos Estados Unidos dos anos 1950.

 

Smith faz parte do coletivo Dark Noise Collective, que reúne alguns dos nomes de vanguarda da poesia nos Estados Unidos, como Fatimah Asghar, Franny Choi, Nate Marshall, Aaron Samuels e Jamila Woods. Elu também dá aulas em Minnesota e publicou este ano seu terceiro livro, Homie, sem tradução no Brasil, que tem colecionado boas críticas. Na nova publicação, Smith não deixa de tocar em temas sensíveis, como racismo e xenofobia, mas oferece uma coletânea de poesias mais intimista, que orbita ao redor do universo da amizade.

 

Coronavírus

 

A Flip está atenta ao alerta de pandemia do coronavírus declarado pela Organização Mundial da Saúde e aos riscos que a doença oferece. Como é difícil prever a dimensão dos reflexos de sua disseminação pelos próximos quatro meses, seguimos trabalhando na organização da Festa em permanente obediência às orientações das autoridades nacionais e internacionais no assunto. Danez Smith se junta ao nigeriano Chigozie Obioma como os primeiros autores confirmados em sua programação.

 

Flip 2020

 

A 18ª edição da Flip acontece de 29 de julho a 2 de agosto, em Paraty.

 

Quem faz a Flip

 

A Flip tem o patrocínio do Ministério da Cidadania, através de sua Secretaria Especial de

Cultura, e por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, além do Patrocínio Oficial do Itaú

e apoio da Pinheiro Neto Advogados. A edição 2020 continua em fase de captação.

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